O
presidente do sindicato da habitação (Secovi), Claudio Bernardes, admitiu que o
ritmo forte das vendas no primeiro quadrimestre, no Município de São Paulo,
tende a ceder, nos próximos meses, dadas as dificuldades dos novos lançamentos
(oferta de áreas, aprovações, etc.). Em abril, as vendas de unidades novas na
capital cresceram 73,8% em relação a abril de 2012, no melhor abril desde 2004.
Mas, em relação a março, houve recuo de 14,7%.
O valor
global de vendas (VGV) atualizado pelo INCC-DI atingiu R$ 1,75 bilhão (+84,3%
sobre abril de 2012). No quadrimestre, as vendas totais de unidades cresceram
menos (39,7%) em relação a 2012.
Como em
outros segmentos econômicos, o ritmo da atividade imobiliária é oscilante,
refletindo as limitações da oferta e a dificuldade de tomada de decisão das
famílias, algumas endividadas e obrigadas a adiar aquisições de alto valor.
Mesmo com números melhores, os lançamentos de imóveis no Município correspondem
a apenas 2/3 do nível do segundo semestre de 2008.
Como fato
mais positivo, há segmentos do mercado bastante ativos, em especial, onde os
preços tendem à estabilidade, o que favorece o comprador final. A Empresa
Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) constatou o lançamento de 2.716
unidades, em abril, maior volume desde abril de 2004, superando em 67,4% o de
abril de 2012.
Na faixa
comercial, a demanda cedeu devido ao desaquecimento da economia, já
influenciando, negativamente, o valor locatício, inclusive no segmento de
empresas multinacionais. Já na faixa residencial, a demanda imobiliária
continua muito forte. A ponto de os lançamentos de imóveis de padrão elevado
voltarem a ser estudados pelos incorporadores, segundo reportagem do Estado,
quinta-feira.
A
comercialização de imóveis residenciais depende da oferta de crédito. Neste
ano, até abril, os financiamentos com recursos das cadernetas de poupança
atingiram R$ 28,7 bilhões (+22% em relação a igual período do ano passado). Mas
o número de unidades, nas mesmas datas, aumentou menos (4,3%). A abundância de
crédito foi possível devido à captação líquida das cadernetas (depósitos menos
retiradas), de R$ 13,2 bilhões, até maio, superando R$ 2 bilhões nas duas
primeiras semanas deste mês.
Mas o
mercado imobiliário não é uma ilha. Não se deve supor que o setor possa crescer
independentemente do ritmo geral da atividade.
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