sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Falta de regras claras trava investimentos na construção civil


Especialistas em direito da construção civil reclamam da insegurança jurídica para as empresas nas parcerias públicas

A demanda crescente por infraestrutura previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no atendimento à Copa do Mundo e aos jogos olímpicos levou o governo a intensificar a busca por parcerias com a iniciativa privada. No entanto, muitas obras não estão atraindo os investimentos esperados. Para representantes da construção civil e especialistas presentes no II Congresso Internacional de Direito da Construção, realizado no Rio de Janeiro, um dos principais gargalos para que as parcerias sejam efetivadas é a insegurança jurídica que envolve contratos e órgãos fiscalizadores.
Um exemplo da dificuldade na formação de aliança entre governo e iniciativada privada ocorreu recentemente no estado do Rio de Janeiro, envolvendo as obras do estádio do Maracanã. Inicialmente, a ideia era que o consórcio Maracanã S.A. — formado pela Odebrecht, IMX e AEG —, responsável pelo complexo esportivo nos próximos 35 anos, e o governo estadual iriam demolir dois estádios anexos para construção de estacionamentos e prédios comerciais e de entretenimento. Com a mobilização pública contra a demolição, entretanto, o governo voltou atrás e, repentinamente, suspendeu a obra, o que gerou descontentamento dos sócios privados. Com menos fonte de receita, o plano de negócios, agora, está sendo revisto.
Para Luciana Levy, presidente da Comissão de Infraestrutura e Desenvolvimento Econômico da OAB-RJ, outro exemplo foi a revisão dos aumentos das tarifas de ônibus em todo o país. “Sem fazer juízo sobre os aumentos, o fato é que estavam previstos em contrato. Uma empresa não faz um investimento de longo prazo se,no futuro, as regras podem mudar”, argumenta. 
A mesma lógica, diz ela, serve para o questionamento por Tribunais de Contas da Taxa Interna de Retorno (TIR) de antigas concessões de rodovias, com o argumento de que são abusivas. “São taxas definidas há 20 ou 30 anos, quando tínhamos uma inflação fora de controle e a economia oferecia altos riscos. Hoje, vivemos tempos de estabilidade, mas essa insegurança desestimula qualquer investidor”, afirma.
De acordo com Fernando Marcondes, presidente do Instituto Brasileiro de Direito da Construção (IBDiC), a posição dos Tribunais de Contas é controversa. “No mercado, o Tribunal de Contas é visto com bastante reserva, porque nas esferas estadual, municipal e federal atua divorciado da realidade”, opina. Para Marcondes, a análise diferenciada do tribunal por região não permite às empresas uma compreensão clara dos próprios limites de conduta e confunde, até mesmo, funcionários públicos. “Às vezes, o engenheiro do tribunal até concorda com a concessionária, mas reluta em divergir do tribunal. Isso prejudica muito as empresas, que têm de ir à Justiça para serem recompensadas. Isso pode levar anos e já fez muita gente fechar as portas”, salienta.
Em coro, o jurista e professor da PUC-SP Pedro Serrano argumenta que muitos tribunais mudam suas jurisprudências de forma arbitrária e, não raro, julgam casos semelhantes de forma diferenciada. “No Brasil, não há vinculação do precedente, não praticamos o direito fundamental da coerência do judiciário, capaz de orientar os particulares”, afirma. O Estado, diz Serrano, transfere toda uma ineficiência administrativa para a iniciativa privada, que sobrevalorizam contratos, como forma de proteção contra riscos futuros.

Mas, apesar de contribuir para elevação dos valores de obras públicas, a insegurança jurídica não explica sozinha esse tipo de prática, segundo o presidente do IBDiC. “Quando o governo convida empresas a participar de uma licitação, não entrega estudos sobre o terreno. Os contratantes fazem ofertas sem muitas informaçõe”, relata Marcondes. Para evitar prejuízos, mais uma vez, os valores são elevados. “O ideal seria uma partilha de riscos. Deixar o Estado arcar com uma ameaça geológica, por exemplo, contribuiria muito para atingir preços mais competitivos”, explica.

Projeto que regula terceirização opõe capital e trabalho


 

Para empresários, definição moderniza legislação trabalhista, mas sindicatos entendem que ela pode legalizar o trabalho precário 

Marcelo Rehder

A proposta de regulamentação dos contratos de mão de obra terceirizada, em discussão na Câmara dos Deputados, virou alvo de acirrada disputa entre entidades patronais e centrais sindicais.

Enquanto empresários dizem que a definição de normas claras na contratação de trabalhos terceirizados é essencial no processo de modernização das leis trabalhistas e melhora do ambiente de negócios, os sindicalistas dizem que o projeto legaliza e amplia a precarização do trabalhador terceirizado.

Sem lei específica, essas relações de trabalho costumam acabar na Justiça, atolando os tribunais. São mais de 10 milhões de trabalhadores terceirizados no Brasil, que representam 22% da força de trabalho formalizado do País - considerados somente aqueles que têm carteira de trabalho assinada.

Um dos principais pontos de discórdia é a terceirização das chamadas atividades-fim (caracterizadas como a finalidade principal do negócio), que será legalizada caso o projeto vire lei. Assim, bancos poderiam terceirizar bancários da mesma forma que hospitais terceirizariam médicos, só para citar dois exemplos. Hoje, o único instrumento no País que regula a terceirização do setor privado é a Súmula 331, do Tribunal Superior do Trabalho (TST), que proíbe a terceirização para a atividade-fim da empresa.

O TST só admite terceirização para atividades-meio e serviços complementares, como vigilância, alimentação, conservação e limpeza.

Para Wagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a proposta na Câmara tenta regularizar a "intermediação fraudulenta da mão de obra", principalmente ao permitir a terceirização de quaisquer atividades da empresa. "Qualquer trabalhador empregado hoje de maneira tradicional no País poderá ser demitido ou subcontratado por alguma empresa criada provavelmente pela mesma empresa em que ele trabalha, só que em condições inferiores, salário menor e jornada maior", afirma Freitas.

Sylvia Lorena Teixeira, gerente de relações do trabalho da Confederação Nacional da Indústria (CNI), afirma que o projeto dá agilidade à empresa numa economia globalizada e estabelece limites à terceirização. Embora permita terceirizar quaisquer atividades, ele define que a empresa contratada precisa ser especializada, e que isso deve ser comprovado mediante outros serviços prestados ou pelo seu objeto social único, cita a representante patronal.

"A decisão do que terceirizar deve ser da empresa, de acordo com sua competitividade e necessidade", defende Sylvia. "Quando a súmula do TST diz que só pode terceirizar atividade-meio, além de trazer uma limitação que pode ser um óbice à competitividade e produtividade das empresas, ela incentiva os conflitos judiciais questionando o que é atividade-fim e o que é atividade-meio, gerando mais insegurança."

Elaborado em 2004 pelo deputado e empresário do setor de alimentos Sandro Mabel, o Projeto de Lei (PL) 4.330, que regulamenta a terceirização, tem origem no PL 4.302, de 1988, foi retirado da pauta pelo governo do ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, após mais de cinco anos de tramitação.

Protestos. As centrais retomam a mobilização para tentar impedir que a emenda seja aprovada da forma como foi apresentada. Já conseguiram adiar a votação, que estava agendada para a segunda quinzena do mês passado, para a próxima terça-feira. Até lá, tentam negociar um acordo que garanta os direitos dos terceirizados e evite a precarização das relações de trabalho, em mesa quadripartite formada por representantes das centrais, governo, parlamentares e empresários.

Se aprovado, o Senado passaria então a analisar o tema, que precisará ainda da sanção presidencial para virar lei.

Dentre as questões mais nevrálgicas, os sindicalistas querem que a relação entre empresas contratantes e prestadoras de serviços seja solidária. Isso significa que a tomadora e a prestadora de serviços se responsabilizem pelas obrigações trabalhistas e previdenciárias.

O projeto prevê que essa relação seja subsidiária, em que as contratantes só poderiam ser acionadas na Justiça caso a prestadora de serviços deixe de pagar. Isso leva o trabalhador a demorar mais tempo para receber seu dinheiro, porque primeiro ele precisa esgotar todas as possíveis medidas para receber da prestadora de serviços.

O texto permite que a responsabilidade passe a ser solidária quando a empresa contratante não fiscalizar o cumprimento das obrigações da contratada.

Para o ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do TST Almir Pazzianotto, hoje consultor, o Brasil precisa é de uma lei objetiva capaz de retirar a terceirização do Judiciário.

"Deveríamos resolver definitivamente que a empresa deve ter liberdade para terceirizar e que ela é responsável solidária diante dos empregados do prestador de serviços", diz. Pazzianotto acha que essa seria a melhor maneira de fazer com que o tomador fiscalize o prestador de serviços, porque "é ele que vai segurar o rojão".

Em algumas situações a terceirização parece inevitável até mesmo para sindicalistas. "Mas queremos uma regulamentação que garanta igualdade de direitos trabalhistas entre os funcionários da empresa contratante e os da terceirizada", defende o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical.

Na defesa do texto do projeto, o deputado e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC) Laércio Oliveira (PR-SE) diz que a proposta viabiliza a segurança e o respeito aos direitos de todas as partes envolvidas. "A terceirização é uma tendência irreversível e é muito melhor construir agora pilares que deem segurança a essa relação do que ficar nesse conflito. Daqui a um ou dois anos, a gente volta a discutir", argumenta.

Para o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), uma solução ‘a meia boca’ não resolve o problema. "Os trabalhadores vão continuar indo para o pau e a Justiça vai continuar julgando predominantemente contra as empresas, que continuarão com insegurança", afirma Clemente Ganz Lucio, diretor técnico do Dieese.


Justiça condena MRV por trabalho escravo


Construtora pagará mais de R$ 6 milhões por irregularidades. Ofício ao Governo Federal pede atenção ao financiamento público de obras que exploram trabalhadores.
A 1ª Vara do Trabalho de Americana, em São Paulo, condenou a construtora MRV Engenharia e Participações ao pagamento de R$ 4 milhões de indenização por danos morais pela prática de trabalho escravo, em ação civil pública do Ministério Público do Trabalho.
Além desse montante, a empresa deverá pagar uma multa de R$ 2.620.000 pelo descumprimento de uma liminar concedida nos autos do processo, e mais 1% do valor da causa por litigância de má-fé (intenção de prejudicar a correta instrução do processo), equivalente a R$ 100 mil (o pedido inicial do MPT, ou valor da causa, é de R$ 10 milhões). Os valores totalizam R$ 6.720.000.
Em fevereiro de 2011, uma ação conjunta do MPT e do Ministério do Trabalho e Emprego flagrou 63 trabalhadores em condições análogas à de escravo na construção do condomínio residencial “Beach Park”, em Americana, que recebia, à época do inquérito, verbas federais do programa “Minha Casa, Minha Vida”.

Os migrantes dos estados de Alagoas, Bahia e Maranhão eram contratados diretamente pelas terceirizadas M.A Construções e Cardoso e Xavier Construção Civil, que prestavam serviços em áreas consideradas atividades-fim da empresa.

Iminente risco de acidente na construção civil exige treinamento


O trabalho seguro em altura possui legislação específica. A Norma Regulamentadora 35 exige a adoção de procedimentos que ofereçam garantia ao desenvolvimento da atividade.
Curso vai ensinar regras que precisam ser adotadas no ambiente de trabalho para evitar acidentes, óbitos ou graves sequelas

Nenhum prejuízo será causado aos que executam trabalho em altura, especialmente da construção civil, se as exigências forem rigorosamente cumpridas.

Dados do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário revelam que em Chapecó existem 4.723 trabalhadores na construção civil. Sem a adequada segurança “todos são potenciais vítimas de acidentes”, diz a presidente do Siticom Chapecó Izelda Oro. As ações do sindicato são determinantes nesta área, “mas infelizmente o modelo preventivo às vezes não é suficiente para impedir acidentes”, lamenta.

Para garantir a devida proteção ao trabalhador, a NR 35 determina que o curso de trabalho seguro em altura seja realizado buscando a formação de instrutores. Neste sentido, a Ambiseg - Assessoria e Consultoria em Segurança, Saúde e Meio Ambiente, promove em Chapecó esse treinamento. Com carga horária de 20 horas, o curso será realizado a partir desta quinta-feira (8) até sábado (10) no polo da Unigran.

O técnico em segurança João Carlos Figueira ministrará aulas presenciais e teóricas conforme prevê a NR 35. O especialista que já promoveu vários cursos, entre eles em Cuiabá (MT) e Curitiba (PR), denuncia que a grande maioria dos cursos do gênero “ou são péssimos, ou são ilegais” por não cumprirem o que preconiza a NR.

O público será formado por técnicos e engenheiro de segurança, sindicalistas, mestres de obras, bombeiros civil e militar, além de responsáveis por departamentos de Recursos Humanos das empresas. Estes formadores de opinião serão os encarregados de repassar todas as informações recebidas para garantir ambientes de trabalho devidamente seguros.

Figueira enfatiza que os empregadores desconhecem o que preceitua a Norma Regulamentadora. Como a atividade é de alto risco e o setor está em constante evolução, os acidentes ocorrem todos os dias. Quando não causam óbito, deixam gravíssimas sequelas. É considerado trabalho em altura toda atividade desenvolvida a partir de dois metros acima do solo.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Prefeitura assina contrato para obras de mais 540 unidades do Minha Casa


Fonte: Jornal da Manhã
Prefeitura assinou ontem contrato para a construção de 540 imóveis no Alfredo Freire 4. O novo conjunto habitacional faz parte do programa Minha Casa Minha Vida e conta com investimento de R$35 milhões. As obras devem começar até setembro e a entrega está prevista para o fim de 2014.
Durante a assinatura do contrato para a construção do novo conjunto, o superintendente regional de Engenharia da Caixa Econômica, Marciano de Freitas Matos, entregou ofício informando sobre a disponibilidade de recursos para implantação de serviços básicos nos novos bairros.

Uma portaria publicada no dia 12 de abril de 2013 assegura a destinação de 6% do valor do empreendimento habitacional para financiar equipamentos sociais, como escolas, creches, postos de saúde e outros serviços públicos essenciais à população.

De acordo com Marciano, a Prefeitura deverá apresentar diagnóstico com a demanda de cada localidade e também informar as áreas disponíveis para a construção da estrutura. A medida vale tanto para os bairros em fase de construção quanto para os conjuntos habitacionais já implantados por meio do programa Minha Casa Minha Vida.

O superintendente regional de Engenharia da Caixa informa que a identificação da demanda social já está em execução pela Cohagra, que conta com suporte técnico do banco. Segundo ele, a previsão é concluir o relatório este mês. O documento será encaminhado para aprovação no Ministério das Cidades. “Uma vez aprovado no ministério, a gente depende apenas da admissão do projeto técnico na Prefeitura para assinar o contrato e iniciar a obra de implantação.”

A Caixa também informou que serão colocados pisos em todas as unidades que foram entregues sem esse benefício. Para isso uma construtora será contratada para fazer o levantamento e iniciar os trabalhos.

Fiscalização. Até agora a Superintendência Regional da Caixa Econômica Federal recebeu aproximadamente 30 denúncias de desvio de função com imóveis construídos no programa Minha Casa Minha Vida. Alguns proprietários estariam alugando ou até mesmo comercializando clandestinamente as unidades. Das situações apontadas, 80% geraram notificações aos mutuários, que agora têm prazo para apresentar defesa. Caso a irregularidade seja comprovada, a Caixa abrirá processo judicial para reintegração de posse.


quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Justiça exclui construtora de 'lista suja'



Uma liminar obtida pela Construtora Coccaro, de São Paulo, determinou que a empresa seja excluída da chamada "lista suja" do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O cadastro abrange as companhias autuadas por submeterem trabalhadores a situações análogas à escravidão.
A construtora propôs uma ação contra a União porque, apesar de afirmar ter cumprido os requisitos impostos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), seu nome não foi retirado do cadastro. A liminar foi concedida pela 62ª Vara do Trabalho de São Paulo no dia 30 de julho.
A Coccaro foi autuada em 1º de agosto de 2011, após o MTE encontrar três trabalhadores em situação análoga à escravidão em um canteiro de obras da companhia. De acordo com o advogado que representa a construtora, Renato Romano Filho, do Romano Filho
Sociedade de Advogados, os funcionários teriam sido contratados por uma empresa que prestava serviços à Coccaro.
"O Ministério do Trabalho ouviu os 28 trabalhadores dessa empresa subcontratada. Desses, três teriam sido aliciados no Maranhão para vir trabalhar em São Paulo", diz Romano Filho.
Após a autuação, a construtora firmou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPT. Porém, segundo a ação proposta pela Coccaro, apesar de a empresa não ter recebido outras autuações, seu nome não foi retirado da "lista suja".
Isso impediu que a Coccaro fosse contratada após vencer uma licitação pública, segundo Romano Filho. "As empresas que estão na lista não podem receber financiamento público e são impedidas de contratar com órgãos públicos. Até os bancos particulares negavam-se a dar financiamento à Coccaro", afirma.
A juíza Katia Bizzetto, que concedeu a liminar, afirma na decisão que a Coccaro pagou a multa imposta pelo Ministério do Trabalho após a autuação. A companhia teria ainda assinado a carteira de trabalho dos funcionários encontrados em situação análoga à escravidão e pago suas viagens de volta ao Maranhão. Por esses motivos, o TAC firmado pela empresa foi arquivado. "Não se afigura razoável que após mais de dois anos do fato ocorrido venha a autora ser inscrita no cadastro de empresas em questão, quando a situação experimentada lhe causará sérios prejuízos na atividade empresarial", afirma a magistrada na decisão.

Por meio de nota, a Advocacia-Geral da União (AGU) informou que foi intimada da liminar no dia 31 de julho e que "está analisando as providências que serão adotadas no caso".

Caixa e MRV são condenadas por colocarem nome de cliente no SPC


Mutuário considerou injusto pagar parcelas de pré-obra com o imóvel pronto. Juiz federal também manda construtora devolver, em dobro, parcelas pagas.

A MRV e a Caixa Econômica Federal foram condenadas pela Justiça Federal, em Campinas (SP), a pagarem indenização de R$ 10 mil a um cliente de financiamento habitacional. Ele teve o nome incluído no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) porque discordou e deixou de pagar a  taxa de pré-obra, cobrada depois da entrega das chaves do apartamento.
Além da condenação por danos morais, a construtora terá de reembolsar o analista de tecnologia Marciel de Lima Oliveira os valores pagos da taxa de pré-obra, em dobro. "Eu acho que foi feito Justiça. Não é uma vitória só para mim, mas para toda uma população", afirmou Oliveira. "Fiquei um tempão com o nome sujo por causa de uma cobrança indevida", desabafa.
A situação do analista em relação à taxa é a mesma das 240 famílias do Condomínio Parque Capital, no Jardim Márcia - 210 imóveis estão no programa do governo federal Minha Casa Minha Vida. As seis torres foram entregues no início de 2012, mas até agora os moradores não começaram a pagar o finanaciamento, já que a Caixa exige o Habite-se, documento  ainda não liberado. Os valores que até hoje os moradores pagam referente à pré-obra não serão abatidos pelo banco do saldo devedor.
"A taxa de obras é uma das coisas mais obscuras nesses casos", diz o advogado Thomás de Figueiredo Ferreira. Ele explica que, no caso de Oliveira, o juiz entendeu que o banco e a construtora têm responsabilidade na negativação do nome do cliente. Segundo o advogado, uma das principais queixas das pessoas que entram com processo é a insatisfação com o "jogo de empurra" sobre a cobrança da taxa de obras.

Não vai recorrer
Por meio da assessoria de imprensa, a Caixa Econômica Federal informou que foi intimada da decisão no dia da audiência, em 2 de agosto, e que, tendo em vista a política recursal do banco, não vai recorrer da decisão.

Não se manifesta
A MRV, por meio da assessoria, informou que “não se manifesta a respeito de processos que ainda estão em andamento, sem decisão definitiva transitada em julgado”.


MRV é condenada por trabalho escravo


A construtora MRV Engenharia, principal parceira da Caixa Econômica Federal no programa Minha Casa, Minha Vida, foi condenada a pagar um total de R$ 6,7 milhões referentes a indenização e multa por desrespeito a condições de trabalho, que envolve, inclusive, trabalhadores baianos. O Ministério Público do Trabalho (MPT) comunicou que o juízo da 1ª Vara do Trabalho de Americana (SP) condenou a empresa ao pagamento de R$ 4 milhões de indenização por danos morais pela prática de trabalho escravo.
A MRV também deverá pagar uma multa de R$ 2,6 milhões pelo descumprimento de uma liminar concedida nos autos do processo; e mais 1% do valor da causa por litigância de má-fé (intenção de prejudicar a correta instrução do processo), equivalente a R$ 100 mil. Caso a construtora descumpra a sentença, pagará multa diária de R$ 1 mil por item.
Em nota, a MRV afirmou que recorrerá da decisão. Segundo a companhia, o objeto da ação é a terceirização de mão de obra, um tema considerado controverso, e que já teve ganho de causa em processos similares. Ela informou também que, desde o ano passado, está negociando a assinatura de Acordo sobre Terceirização com o MPT.
Casos - O MPT informou que, em fevereiro de 2011, uma ação conjunta com o Ministério do Trabalho e Emprego flagrou 63 trabalhadores em condições análogas à de escravo na construção do condomínio residencial "Beach Park", em Americana, que recebia, à época do inquérito, verbas federais do programa Minha Casa, Minha Vida. Os trabalhadores eram migrantes de Alagoas, Bahia e Maranhão, contratados diretamente pelas terceirizadas M.A Construções e Cardoso e Xavier Construção Civil, que prestavam serviços em áreas consideradas atividades-fim da MRV.
Segundo comunicado do MPT, essas contratações de mão de obra eram feitas por intermédio de "empreiteiras" subcontratadas, na tentativa de transferir a responsabilidade trabalhista da MRV a essas pequenas empresas, que eram criadas por ex-operários, sem que possuíssem capacidade para mantê-las.
"O resultado foi o não pagamento de salários, alojamentos e moradias fora dos padrões legais, aliciamento de trabalhadores, entre outras irregularidades graves", afirma o MPT, em nota. Segundo a Justiça de Americana, o fato se agrava por se tratar de obra do programa "Minha Casa, Minha Vida", do governo federal, financiada com dinheiro público.
A Justiça também autorizou envio de ofício do MPT ao Ministério das Cidades e às Superintendências Regionais e Nacionais da Caixa Econômica Federal e do Banco do Brasil, que também financia o programa habitacional, alertando que o numerário público não pode, mesmo por via indireta, sustentar a manutenção de trabalho escravo.

A Justiça do Trabalho também confirmou em sentença a liminar deferida em janeiro de 2012, que determina a responsabilidade da MRV no cumprimento da Norma Regulamentadora nº 18 em obras de Americana e Nova Odessa, no que se refere à aplicação de medidas de segurança e saúde do trabalho na construção civil (incluindo os alojamentos), além do pagamento de salários em dia, concessão de intervalos para repouso e a realização de exames médicos. Naquele ano, a fiscalização verificou o descumprimento dessa decisão, o que acarretou a multa de R$ 2,6 milhões.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Inmetro vai certificar itens da construção civil


O Inmetro começa a certificar produtos da construção civil como iniciativa para aumentar a segurança dos usuários, o desempenho e a durabilidade dos materiais e proteger o mercado interno da construção civil contra produtos de baixa qualidade. Já podem ser encontrados no mercado alguns produtos com o selo do Inmetro, como por exemplo, blocos cerâmicos para alvenaria, placas cerâmicas para revestimento e telhas cerâmicas, e o objetivo é ampliar a lista com, tijolos maciços cerâmicos, blocos e telhas de cerâmica e de concreto, porcelanatos, torneiras, sifões e misturadores de água, entre outros.
O setor de construção civil destaca-se como o quarto maior gerador de empregos. De acordo com a Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração), atualmente há 8.500 projetos e obras em andamento no Brasil. Os investimentos, públicos e privados, em obras nas áreas de transporte, logística, aeroportos e habitação, entre outros, acendem a discussão sobre a qualidade e a segurança dos produtos utilizados na construção civil. "Queremos prevenir o País contra as práticas enganosas de comércio e a certificação de produtos, tanto compulsória como voluntariamente, estimula a concorrência justa no Brasil, beneficiando o consumidor", resumiu o diretor de Avaliação da Conformidade do Inmetro, Alfredo Lobo.
Dimensões, composição, absorção de água ou resistência são alguns dos requisitos técnicos que constarão nos regulamentos desenvolvidos pelo Inmetro, sejam eles compulsórios ou voluntários. "Até o final de 2013, torneiras, misturadores, registros e sifões terão o regulamento compulsório publicado. E itens como argamassa colante, blocos vazados de concreto, cal hidratada para argamassa, pisos de madeira maciça, porcelanatos e tintas serão contemplados com a certificação voluntária", afirma Roberta Chamusca, técnica da Divisão de Regulamentação Técnica e Programas de Avaliação da Conformidade.
Além da demanda do setor, o Inmetro atende a uma determinação do Conselho Curador do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) que estabeleceu resolução determinando tratamento diferenciado pela Caixa Econômica Federal. A Caixa vai conceder financiamento em condições diferenciadas para produtos certificados pelo Instituto.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Construtora promete entrega das obras do novo Fórum em dezembro


Fonte: Jornal da Manhã

Engefort Construtora retoma obras de construção do novo Fórum de Uberaba e programa entrega do prédio para o mês de dezembro. A previsão é o diretor de empreendimentos da construtora, Dolzonan da Cunha Mattos.

As obras ficaram paradas aproximadamente seis meses e, de acordo com o diretor da Engefort, foram retomadas no início do mês de julho. A informação de Dolzonan é de que pelo menos 20 operários já estão no canteiro de obras realizando trabalhos internos, como acerto de granito e preparação do piso de todos os pavilhões para receber o paviflex, que deve ser colocado em no máximo 10 dias. A pintura externa do prédio também está programada para os próximos dias bem como o serviço de instalações elétricas.

O diretor da construtora acredita que 80 operários deverão ser contratados para garantir o andamento das obras. “Como o trabalho ficou um período parado, a gente não recomeça de um dia para outro, mas está num processo crescente tanto de contratação de pessoal como de compra de material”, explicou.

De acordo com o empresário, todo o maquinário já está sendo deslocado para o canteiro de obras e a compra de material e de equipamentos está sendo providenciada. Ainda segundo Dolzonan, uma motoniveladora e pá carregadeira já estão na obra. “Estamos providenciando todos os equipamentos necessários para dar continuidade à obra”, salientou.

Para o empresário, o processo atual é de acabamento, mas o serviço maior é a implantação do estacionamento externo. No local deve ser feita a terraplenagem para dar início à construção do mesmo. Dolzonan afirma que o prazo para conclusão do empreendimento é de quatro meses, e que a obra será entregue até o início do mês de dezembro.

Vale lembrar que o novo Fórum estava previsto para ficar pronto no mês de julho deste ano, porém a empresa paralisou a execução em fevereiro. Além disso, em julho do ano passado a empreiteira entrou com pedido de recuperação judicial, alegando problemas financeiros na Justiça do Estado de Goiás.



Nova gestão quer mais que duplicar a Duratex


Após um processo de sucessão sem sobressaltos, a Duratex começa a pôr em prática seu plano estratégico de crescimento, que prevê mais que duplicar seu tamanho até 2020 em relação ao patamar atual. Apenas em expansão orgânica, os investimentos já previstos para cinco anos, a partir de 2014, somam R$ 2 bilhões, informou ao Valor o novo presidente da companhia, Antonio Joaquim de Oliveira, na primeira entrevista desde que assumiu o cargo há três meses.

A manutenção da solidez dos resultados da companhia e a aceleração do crescimento são prioridades da sua gestão, afirmou Oliveira. A expansão será baseada na consolidação dos investimentos em curso, no crescimento nas áreas em que está presente e em novos negócios.

Controlada pela Itaúsa e pela Ligna Investimentos, a Duratex é líder nos produtos das duas divisões de negócios em que atua: painéis de madeira e louças e metais sanitários. Em 2012, a empresa teve receita líquida de R$ 3,4 bilhões, Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1 bilhão e lucro líquido de R$ 460 milhões.

Em julho, a empresa deu partida a um conjunto de operações que, quando estiverem a pleno vapor, vão elevar sua capacidade produtiva em 30%. Conforme o executivo, isso se refletirá em aumento também de 30% do Ebitda em 2014. "Esses projetos ajudam a elevar volumes e a melhorar as margens da companhia", disse.

A empresa pôs em marcha a unidade de painéis de madeira MDF em Itapetininga (SP), com capacidade instalada de 520 mil m3 anuais. O investimento apenas nessa fábrica, somando área florestal, chegaram a R$ 600 milhões. Em 60 dias, estima, já estará em operação plena. Outro investimento da divisão madeira, também com partida em julho, foi a ampliação em 230 mil m3 da capacidade produtiva de painéis MDP de Taquari (RS). Lá foram aportados R$ 90 milhões.

O pacote de quase R$ 1 bilhão a ser concluído, neste ano, também contemplou a divisão Deca. A capacidade instalada de louças foi ampliada em 2,4 milhões de peças, com investimentos de R$ 150 milhões na unidade de Queimados (RJ). Também nessa divisão - que responde por 40% dos negócios -, a empresa concluirá aportes de R$ 120 milhões, em 2013, para elevar a capacidade de metais, em Jundiaí (SP), em 1,2 milhão de peças.

Para os negócios atuais - louças e metais sanitários, madeira e chuveiros -, a Duratex tem plano de crescimento orgânico. Na divisão Deca, aquisições não são descartadas, e há projetos de fábricas novas em avaliação. A consolidação da Thermosystem, empresa especializada na fabricação de chuveiros eletrônicos e sistemas de aquecimento solar, adquirida em 2012, está em fase de conclusão. O objetivo é crescer nesse segmento.

No momento, a empresa conclui os últimos detalhes técnicos de um novo projeto, robusto, de painéis de madeira. O local escolhido deverá ser Minas Gerais. O início de operação é previsto para 2016, quando a atual capacidade de oferta desse produto no Brasil estará totalmente utilizada, conforme o executivo. Segundo ele, os investimentos da empresa já realizados em florestas são suficientes para dar suporte a futuras expansões da divisão de painéis.

Nos novos negócios, a Duratex está de olho em áreas que tenham afinidade com as de sua atuação e que possam capturar sinergias de marca e gestão. "Somos uma senhora de 60 anos, madura, capitalizada e preparada para crescer", afirma o executivo. A expansão dessa área vai ocorrer baseada principalmente por meio de aquisições de ativos. Oliveira garante que não há ainda nenhum alvo definido até o momento.

Apesar da piora da economia, a Duratex mantém as estimativas de crescimento e a projeção de investir R$ 660 milhões no ano. "O papel de um líder é prosseguir com investimentos", disse. Para o volume expedido da divisão madeira, a Duratex estima expansão de duas vezes o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil e da Deca, de 1,5 vez. A conta considera o PIB traçado no fim de 2012 para este ano, com aumento de 3% a 3,5%. "No primeiro semestre, superamos a meta traçada e, em julho, ficamos em linha", afirmou Oliveira.

O executivo ressaltou que a Duratex privilegia margens em relação a volumes. No início de 2013, a companhia reajustou preços de painéis de madeira em 6%. Na virada do ano, houve reajustes de algumas linhas da Deca. "O cenário para o segundo semestre é de estabilidade de preços. No nosso planejamento, não prevemos novos ajustes", disse o presidente.

A redução dos lançamentos imobiliários pelas incorporadoras de capital aberto no ano passado não preocupa a companhia. "A expectativa é que 2013 continue um bom ano em relação à entrega de empreendimentos", disse o executivo. De acordo com Oliveira, dois terços das vendas da Deca são destinados a reformas, sendo apenas um terço para novas unidades. Já a divisão madeira tem a indústria moveleira como principal cliente, seguida pelo setor de construção civil.

Conforme Oliveira, as ambições de crescimento da Duratex não se restringem ao Brasil. O foco no exterior, no momento, é a América Latina. No ano passado, anunciou compra de participação na fabricante colombiana de painéis de madeira Tablemac. "Queremos crescer em negócios, setores e países que agreguem valor ao resultado", afirmou.


Com perfil financeiro confortável - dívida líquida de R$ 1,48 bilhão e caixa de R$ 800 milhões em junho -, ele disse que o crescimento será suportado por capital próprio e financiamentos de longo prazo, como os do BNDES.

Sindicato encontra trabalhadores em condições sub-humanas em obra no interior de SP



Antônio Celso (em pé), presidente do Sindcomococa, conversa com trabalhadores da empresa Vale do Rio Novo que fazem a refeição dentro do ônibus sob o sol
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Mococa (Sindcomococa), no interior de São Paulo, recebeu no mês de julho diversas denúncias dos trabalhadores que fazem a ampliação da rodovia Lourival Lindório de Faria, trecho que liga as cidades de Vargem Grande do Sul, São Sebastião da Grama e São José do Rio Pardo para a empresa Vale do Rio Novo.


O Sindcomococa, através do seu departamento de Saúde e Segurança do Trabalho, esteve no local e se deparou com trabalhadores fazendo sua refeição dentro do ônibus e espalhados pela rodovia. As marmitas são colocadas no chão em todo trecho e os trabalhadores se viram como podem para comer, em meio à poeira, sol ou chuva.


O sindicato notificou a empresa para que apresentasse a documentação e sanasse esses problemas. A Vale do Rio simplesmente ignorou a entidade que representa os trabalhadores. A empresa conta com técnicos de segurança no local e todos são coniventes com os fatos.


Em visita ao alojamento ainda mais problemas encontrados: trabalhadores dormindo em cozinhas junto com alimentos, gás e produtos químicos; em quartos sem janelas e ventilação; além de camas inapropriadas e quartos com superlotação, banheiros sem higiene, falta de armários, como prevê a NR18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e muita sujeira acumulada no local.


O Sindcomococa através de seu departamento Jurídico já entrou com processo na vara do Trabalho de São José do Rio Pardo além do pedido de fiscalização junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).


"É uma vergonha o que essas grandes empresas fazem com o trabalhador, é desumano ver a forma que estão sendo tratadas, as empresas só querem faturar e o sindicato vai usar de todas as forças para impedir que essa prática continue", afirmou o presidente do Sindcomococa, Antônio Celso de Souza.



Justiça quer que empresas da area da construção civil devolvam R$ 12,5 mi de benefícios pagos pelo INSS


 A Justiça Federal pretende ressarcir o erário até R$ 12,5 milhões com as ações regressivas acidentárias, quando a empresa é obrigada a devolver ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) o valor pago em benefícios ao trabalhador que se acidentou por negligência do empregador. O montante esperado é referente a 83 processos que tramitam desde 2002.
Só em 2013, a Procuradoria Federal do Amazonas (PF-AM) já ajuizou 33 ações do tipo, o maior índice do País, sendo grande parte oriunda de sinistros ocorridos na construção civil e na indústria.
Segundo o procurador federal e coordenador da seção de recuperação de créditos e arrecadação da PF-AM, Francisco Airton Martins, em Manaus, os acidentes na construção civil, seja queda de determinada altura, ou acidente com objetos atingindo os trabalhadores na cabeça, são os mais comuns e os que mais levam a Procuradoria à investigar a fundo as causas e abrir processo pedindo ressarcimento.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil do Amazonas (Sintracomec-AM), neste ano, duas mortes em canteiros de obras foram registradas, enquanto em 2012 esse número foi de 13 falecimentos. Só em 2013, 50 acidentes no setor foram computados, em uma queda de 60%, de acordo com o vice-presidente da entidade, Cícero Custódio.
Francisco Airton Martins destaca também a incidência da indústria neste tipo de processo, principalmente as fábricas de peças e acidentes envolvendo eletricidade. Dentre os menos comuns, estão os setores de serviço e de navegação.
“Fazemos uma triagem de prioridade. A prioridade de investigação é estabelecida com base na gravidade do acidente. Pela indústria de transformação em Manaus, temos muitos casos de amputação, mas olhamos primeiro os processos que envolvem morte do trabalhador”, informou o Procurador.
Para chegar a esses casos, a PF-AM se baseia em informações da Justiça do Trabalho e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Primeiro, verificamos se houve um beneficio concedido por conta desse acidente, então é feito uma triagem e analisamos o caso. Se conseguirmos verificar o descumprimento das normas de saúde e segurança de trabalho nós ajuizamos a ação. Recebemos muitos laudos, mas a maioria não é ajuizada”, explicou Martins.
Em média, as ações regressivas levam de dois a três anos até terem uma sentença, mas alguns casos, dependendo da complexidade podem ser resolvidos em um ano, enquanto outros se arrastam até dez anos. De acordo com a Advocacia Geral da União (AGU), no Brasil, o índice de vitórias nas ações regressivas ajuizadas corresponde a cerca de 70%, sendo que tal percentual pode variar, diante da possibilidade de modificação da decisão judicial em instâncias recursais.
“A ação regressiva visa não só recuperar aqueles valores pagos pelo INSS referente ao acidente do trabalho, mas também conscientizar as empresas e os trabalhadores e mostrar que elas precisam cumprir a lei, porque vão ser buscadas medidas para ressarcir o acidente. Temos que nos mostrar presente”, completou o Procurador.
A AGU informou que os valores efetivamente arrecadados em decorrência do ajuizamento dessas ações vêm sendo incrementados a cada ano. Somente a primeira região, que inclui os Estados do Norte, além de Brasília, a AGU possui ajuizadas 837 ações cuja expectativa de ressarcimento é de R$ 162,8 milhões.
As ações regressivas acidentárias podem ser ajuizadas pela AGU sempre que o INSS paga um benefício previdenciário em razão de um acidente de trabalho. O benefício pode ser gerado para a vítima ou seu dependente, no caso de falecimento do trabalhador.

O direito de ressarcimento, previsto no artigo 120 da Lei nº 8.213/1991, é assegurado caso seja confirmada a atuação dolosa ou culposa do agente empregador. Laudos, perícias e documentos oficiais são essenciais para demonstrar o descumprimento das normas de segurança e higiene do ambiente laboral onde ocorreu o acidente.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Cimento condutor de eletricidade aquece edifícios



Engenheiros da Universidade de Alicante, na Espanha, desenvolveram um cimento condutor de eletricidade.
O principal objetivo é transformar o cimento em um material mais funcional, executando papéis além de sua função estrutural tradicional.
"A tecnologia permite aquecer edifícios ou evitar a formação de gelo em infraestruturas como ruas, estradas, pistas de pouso e outros elementos," explica o professor Pedro Garcés.
O cimento condutor foi obtido adicionando nanotubos de carbono na composição do cimento tradicional.
"Para se obter um cimento que seja eficaz como elemento de aquecimento, ele deve ter uma baixa resistividade. Não se pode obter isso com os concretos convencionais, uma vez que eles são maus condutores de eletricidade. No entanto, isto pode ser feito com a adição de materiais condutores, tais como, por exemplo, materiais à base de carbono," acrescenta Pedro Garcés.
Os nanotubos de carbono estão entre os melhores condutores de eletricidade que se conhece.
Os testes mostraram que a adição das nanopartículas de carbono não altera as propriedades estruturais do concreto e não compromete a durabilidade das estruturas construídas com ele.
Por outro lado, a possibilidade de construir partes dessa estrutura com capacidade de conduzir eletricidade dá muito mais versatilidade ao produto.
Segundo o engenheiro, pode-se usar o concreto condutor em construções novas ou recobrir estruturas ou superfícies já existentes.
O controle térmico é obtido mediante a aplicação de corrente contínua sobre o concreto.

Segundo Garcés, os "testes deram resultados muito satisfatórios, obtendo ótimas propriedades de aquecimento do material com um consumo mínimo de energia".

Emprego na construção brasileira cresce 3,43% no semestre, diz estudo


Foram abertas 115,7 mil vagas no período.
Ritmo indica desaceleração em relação ao primeiro semestre de 2012.


O nível de emprego na construção civil brasileira avançou 3,43% nos primeiros seis meses do ano, com a abertura de 115,7 mil vagas, segundo pesquisa da FGV (Fundação Getulio Vargas) e divulgado nesta sexta-feira (2).
O ritmo indica desaceleração em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando o setor contratou 193,4 mil pessoas (+6,09%).
Em junho, o indicador subiu 0,09% em relação a maio, com a contratação de 3,1 mil trabalhadores. Já em maio foram registradas 1.751 demissões (-0,05%).
No acumulado dos últimos 12 meses terminados em junho, o aumento registrado foi de 0,52%, o que representa a contratação de 18 mil pessoas. Nos 12 meses terminados em junho de 2012, o setor acumulava 207,9 mil contratações (+6,58%)

Os dados dos últimos dois meses revelam que o indicador de emprego praticamente estabilizou.

PA:É grave estado de saúde de operário que caiu de prédio em construção


Operário caiu do 10º andar nesta quinta-feira, 1º, em Belém.

Há suspeitas de que ele não usava cinto de segurança.


É grave o estado de saúde de um operário que caiu do 10º andar de um prédio em construção, nesta quinta-feira (1º), em Belém. Há suspeitas de que ele não usava equipamento de segurança enquanto trabalhava.
Segundo Aurinor Marques, diretor do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil, o funcionário da obra não estava com equipamento de segurança. "Ele não tinha o cinto de segurança e ele caiu por falta do cinto. Como o tabuado estava fraco, ele bateu até o solo", disse.
Alexandro Xavier estava fazendo uma limpeza do vão onde será instalado o elevador. Segundo os outros trabalhadores, a base de madeira onde o operário estava não teria suportado o peso e o operário despencou de uma altura de cerca de 30 metros. O trabalhador foi encaminhado às pressas para um hospital particular que fica em frente à obra.
Os colegas de trabalho ficaram bastante abalados. Em frente à obra, os operários fizeram uma oração pela recuperação de Alexandro Xavier.
A Marko Engenharia informou que está investigando as causas do acidente. A empresa esclarece que está dando toda assistência ao operário e à família dele.
Sobre a falta de cinto de segurança, a Marko informou que todos os funcionários utilizam equipamentos de segurança, tais como cintos, guarda-corpos, e equipamentos novos aprovados pelo ministério do trabalho.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Sonho da casa própria: atenção aos cuidados na hora de construir!


E um destes caminhos é a construção da moradia. Porém, cuidado! É necessário ter atenção a diversos detalhes para que, no fim das contas, o desafio não se torne motivo para dor de cabeça e perda de dinheiro. A escolha do terreno, do projeto, o planejamento da obra, assim como sua legalização e a compra de materiais são atitudes fundamentais neste processo.
Para que não haja problemas no meio da obra, recomendamos alguns passos que merecem atenção. Confira!

Terreno

Para escolher o terreno, é necessário avaliar, além do preço, a localização e o acesso. O comportamento do mercado imobiliário vizinho - de venda e locação - é muito importante.
Pense muito bem na valorização do local. De qual estrutura dispõe hoje e qual o potencial de crescimento da região.
Avaliar as condições do solo também é essencial: algumas vezes o espaço não comporta a construção pretendida, o que pode gerar gastos com fundações.
Na parte mais burocrática do processo, informe-se sobre a taxa de ocupação do terreno e zoneamento.
Quanto aos documentos necessários, segue a lista: certidão de propriedade do imóvel atualizada, certidões de ações dos distribuidores civis para os proprietários e cônjuges, assim como protestos, ações federais e execuções fiscais, IPTU, Certidão Negativa de Débitos Municipais e, caso o proprietário seja pessoa física, requerer também o CND, Certidão Negativa de Débitos junto ao INSS (Instituto Nacional doSeguro Social).

Projeto

Projetar a casa é trabalho para um arquiteto ou engenheiro civil. Dessa maneira, indicações de conhecidos para a escolha do profissional são bem-vindas. Pode-se optar também por um empreiteiro, que se incumbirá de contratar o pessoal, sendo inclusive responsável por eles.
Visitar obra que o empreiteiro executou ou está em andamento é necessário para se conhecer o padrão de limpeza, qualidade, acabamento, prazo e desperdício de materiais. Atenção também para:
·         você precisa cotar preço do material, mas também da mão de obra. Peça orçamento de, pelo menos, três empreiteiros e negocie!
·         elabore sempre um contrato por escrito, discriminando tarefas, responsabilidades, prazos, multas e inclusive serviços extras;
·         recolhimento de INSS dos funcionários, pois será necessário apresentá-los para o requerimento do "Habite-se".

Planejamento

Com o auxílio do engenheiro ou arquiteto escolhido, é necessário montar o planejamento da obra, que nada mais é do que um cronograma físico/financeiro. Aqui, serão definidos: seqüência dos trabalhos, prazos e gastos referentes ao material e à mão-de-obra.
A idéia é ter em mãos uma espécie de planilha com metas, o que evitará perda de tempo e desperdício de material.

Regularização da obra

Para que a obra seja regularizada, deverão ser seguidos três estágios. Aqui, listamos a documentação básica exigida, lembrando que outros itens poderão ser solicitados, dependendo de cada caso.
1. Na prefeitura, é necessário apresentar os seguintes documentos:
·         requerimento próprio endereçado à prefeitura;
·         certidão de matrícula e título aquisitivo do imóvel;
·         carnê do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano);
·         cópia do CREA e CCM do responsável técnico pela obra;
·         2 (dois) jogos de plantas de projeto, a serem aprovados;
·         Certidão Negativa de Débitos referentes a Tributos Imobiliários, abrangendo os 5 últimos exercícios fiscais.
2- Em seguida, é preciso fazer o registro da obra no INSS. Por lei, todo responsável por uma construção civil particular é obrigado a efetuar matrícula da obra neste órgão, em até 30 dias, a contar do seu início (salvo construções familiares, menores do que 70 metros quadrados, sem utilização de mão-de-obra assalariada e de uso familiar). A seguir, a documentação necessária:
·         Declaração e Informação Sobre Obra - DISO (formulário obtido no sítio do INSS - www.inss.gov.br);
·         Alvará de concessão de licença para construção ou projeto aprovado pela Prefeitura;
·         Quando houver mão-de-obra própria, documento de arrecadação comprovando o recolhimento de contribuições sociais previdenciárias e das destinadas a outras entidades e fundos, com vinculação à obra e sua respectiva GFIP;
·         Nota fiscal ou fatura relativa a serviços prestados por cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, com vinculação à obra e sua respectiva GFIP, quando houver;
·         Documentos pessoais do proprietário do imóvel (RG, CPF/MF e Comprovante de Residência).
3. Depois disso, é necessário fazer a averbação da obra na matrícula do imóvel, mediante requerimento próprio ao Cartório de Registro de Imóveis competente, juntando-se, a CND/INSS para a obra (Certidão negativa de débitos de INSS com relação à obra) e o Habite-se, que é o documento expedido pela Prefeitura que atesta o término da obra regularmente aprovada e autoriza a ocupação do imóvel para as finalidades a que se destina.

Material: hora da compra

Antes da compra de materiais, é importante realizar uma boa pesquisa em pelo menos quatro locais diferentes. Prepare uma planilha, contendo data da cotação, produto ou serviço, fornecedor, quantidade, preço unitário, preço total, prazo de entrega e condição de pagamento. Observe ainda outros aspectos:
·         o frete está incluso?
·         a relação custo/benefício: um produto barato pode ter uma qualidade baixa;
·         confira todo o material com calma, no momento da entrega.
Agora, é só começar a construir!