segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Sindicato encontra trabalhadores em condições sub-humanas em obra no interior de SP



Antônio Celso (em pé), presidente do Sindcomococa, conversa com trabalhadores da empresa Vale do Rio Novo que fazem a refeição dentro do ônibus sob o sol
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil de Mococa (Sindcomococa), no interior de São Paulo, recebeu no mês de julho diversas denúncias dos trabalhadores que fazem a ampliação da rodovia Lourival Lindório de Faria, trecho que liga as cidades de Vargem Grande do Sul, São Sebastião da Grama e São José do Rio Pardo para a empresa Vale do Rio Novo.


O Sindcomococa, através do seu departamento de Saúde e Segurança do Trabalho, esteve no local e se deparou com trabalhadores fazendo sua refeição dentro do ônibus e espalhados pela rodovia. As marmitas são colocadas no chão em todo trecho e os trabalhadores se viram como podem para comer, em meio à poeira, sol ou chuva.


O sindicato notificou a empresa para que apresentasse a documentação e sanasse esses problemas. A Vale do Rio simplesmente ignorou a entidade que representa os trabalhadores. A empresa conta com técnicos de segurança no local e todos são coniventes com os fatos.


Em visita ao alojamento ainda mais problemas encontrados: trabalhadores dormindo em cozinhas junto com alimentos, gás e produtos químicos; em quartos sem janelas e ventilação; além de camas inapropriadas e quartos com superlotação, banheiros sem higiene, falta de armários, como prevê a NR18 (Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção) e muita sujeira acumulada no local.


O Sindcomococa através de seu departamento Jurídico já entrou com processo na vara do Trabalho de São José do Rio Pardo além do pedido de fiscalização junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT).


"É uma vergonha o que essas grandes empresas fazem com o trabalhador, é desumano ver a forma que estão sendo tratadas, as empresas só querem faturar e o sindicato vai usar de todas as forças para impedir que essa prática continue", afirmou o presidente do Sindcomococa, Antônio Celso de Souza.



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