A construção civil
está entre os setores nos quais as doenças de pele são mais comuns
Os profissionais que atuam
nas áreas de limpeza, construção civil, mecânica e metalurgia são os mais
afetados pela dermatite de contato ocupacional, uma espécie de alergia de pele
causada por agentes físicos, químicos e biológicos presentes no ambiente de
trabalho, que causa desconforto, dor, prurido (coceira), queimação e reações
psicossomáticas que podem comprometer a saúde como um todo.
Dos 1.735 pacientes
atendidos entre 2000 e 2011 no Serviço de Dermatologia Ocupacional da Escola
Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, vinculada à Fiocruz, 218
adquiriram a doença no ambiente de trabalho.
Segundo a coordenadora do
serviço, Maria das Graças Mota Melo, as ocorrências ocupacionais são
subnotificadas devido ao desconhecimento sobre a legislação das doenças
ocupacionais pelos profissionais de saúde da rede pública e privada, a falta de
integração nos diversos níveis de assistência e o déficit de serviços de
dermatologia ocupacional. "Quem acaba sendo penalizado é o trabalhador,
que não tem seus direitos reconhecidos”, disse a pesquisadora.
De acordo com a
coordenadora, os profissionais chegam com suspeita de dermatose ocupacional, que
é investigada. "Nos casos suspeitos aplicamos teste de contato para
detectar a causa da alergia. A partir daí, o trabalho consiste em desvendar se
essa alergia foi desenvolvida no exercício da atividade, e se estabelecer um
nexo causal entre a doença e sua obtenção durante esse período."
De acordo com a
especialista, que também coordena o Departamento de Alergia/Imunologia da
regional Rio de Janeiro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, os casos são
mais comuns entre os homens, a partir dos 41 anos de idade. As partes do corpo
mais acometidas são as mãos, antebraços, braços e punhos, pernas e coxas e os
pés.
“Encontramos variações nos
grupos profissionais de acordo com gênero. Nos homens, por exemplo, o grupo
mais afetado está relacionado à construção civil e mecânica/metalurgia,
enquanto, nas mulheres, a maioria dos casos foi observada nas profissionais de
limpeza. As seis profissões mais frequentes estavam relacionadas a trabalho em
ambiente úmido", afirmou a pesquisadora.
Com informações da ENSP/Fiocruz
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