SP: Cresce mercado de equipamentos de proteção para trabalhadores da construção civil
Segurança
é um item necessário na hora de desenvolver qualquer tipo de trabalho, mas
principalmente naqueles que oferecem mais riscos, como em algumas indústrias e
na construção civil. Por isso, as empresas mostram que estão se preocupando
mais em oferecer aparatos de segurança aos seus trabalhadores, a fim de evitar
acidentes, já que o mercado desses produtos vem registrando crescimentos
constantes nas vendas. Em Sorocaba, por exemplo, há lojas especializadas que
comercializam equipamentos de proteção individual e outros tipos de itens que
chegam a acumular altas de 5% ao ano em suas vendas totais. A construção civil
está em expansão na cidade, incluindo obras de shopping centers. No mercado
nacional, as luvas de proteção apresentam um aumento de 33,6% ao ano e os
equipamentos contra quedas 20%, segundo dados da Associação Nacional da
Indústria de Material de Segurança e Proteção ao Trabalho (Animaseg).
Apesar desse crescimento do setor, que deveria ajudar na segurança dos
trabalhadores, houve 1.412 acidentes no primeiro semestre deste ano na região
de Sorocaba, segundo o Centro de Referência em Saúde do Trabalhador de Sorocaba
(Cerest). Em todo o ano de 2012, foram registradas 3.514 ocorrências e 30
óbitos na região, que abrange 33 municípios.
O proprietário da loja Sovan Equipamentos de Segurança, Vanderson Rogério
Ferreira Antunes, afirma que se trata de um estabelecimento familiar que seus
pais iniciaram há 26 anos em Sorocaba. No início, era uma pequena loja, porém,
ao longo dos anos, a demanda fez com que a empresa crescesse e conta hoje com
mais de 1.200 itens em estoque, na Vila Progresso. E a ideia é ampliar ainda
mais, pois o mercado vem registrando diversas altas ao longo dos anos.
"Atualmente o mercado está mais estável, mas todos os anos registramos um
crescimento de 5%. Em 2012 foi quando tivemos um crescimento bastante
grande", revela Antunes.
Consciência nas empresas
O proprietário da Sovan acredita que essa maior procura por itens de segurança
no trabalho se dá pela conscientização das empresas, de que é preciso investir
na compra desses materiais, para evitar que seus trabalhadores estejam sujeitos
à ocorrência de acidentes. "Mas embora o mercado aumente, os acidentes de
trabalho continuam acontecendo. Vemos que as empresas estão se conscientizando
e comprando mais itens de segurança, mais ainda estamos bem aquém se
compararmos com o mercado europeu, bastante forte no setor", avalia
Antunes, que é também técnico em segurança, por isso costuma orientar os seus
clientes sempre que possível. Na Sovan é possível encontrar toda a parte de
proteção individual e coletiva a trabalhadores de diversas áreas, como luvas,
calçados de segurança, capacetes, respiradores, entre outros.
A história da Casa das Botinas, localizada no Centro, é parecida com a da
Sovan. Começou com uma loja pequena, há 25 anos, e hoje se expandiu, oferecendo
uma grande variedade de produtos de segurança. De acordo com o proprietário,
Urias Santos Dias, o mercado em Sorocaba foi impulsionado pelas obras de
implantação dos novos shoppings da cidade, que são quatro no total. "O
volume de atacado, de empresas que encomendam os produtos, é o que mais
representa nossas vendas. E esses shoppings novos estão alavancando o
crescimento no consumo desses itens", relata Dias.
Engenheiro de segurança
O fato de ainda estarem ocorrendo acidentes de trabalho na cidade, segundo o
engenheiro de segurança do trabalho da empresa TWS, Henrique de Oliveira Lucas,
se deve aos próprios trabalhadores que ainda não estão totalmente
conscientizados da obrigação de usar os itens de proteção. "As empresas
que tenho prestado assessoria têm plena consciencia da importância desses
equipamentos, o que falta é a conscientização do trabalhador. A cultura do
Brasil mostra uma certa resistência ao uso, até por falta de uma
conscientização maior e de mais treinamentos oferecidos aos trabalhadores,
mostrando que ele precisa daquilo para se manter em segurança", avalia
Lucas.
Um dos meios para se conseguir que os operários não evitem os equipamentos de
segurança seria as empresas tornarem a obrigação de uso mais rigorosa, cabendo
advertência ou demissão por justa causa, no caso de ser flagrado trabalhando
sem utilizar os itens, como Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), luvas,
calçados de segurança e óculos, por exemplo. "Um técnico de segurança
dentro da empresa poderia estar promovendo mais incentivos nessa área. Seria
bom colocar o pessoal em salas e fazer um treinamento, explicando e mostrando
as consequências do não uso e o mau uso dos equipamentos. O caminho é
esse", define o engenheiro de segurança do trabalho.
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