O incômodo dos moradores de edifícios, a
deficiência nas obras e as reclamações de usuários fizeram com que houvesse
necessidade de regularizar essas normas
Os
ruídos provocados pelo vizinho do prédio já tirou do sério a turismóloga
Christiane Coelho por várias vezes. “A acústica do apartamento de lá é bem
fraquinha. Escutamos todos os barulhos do apartamento de cima do nosso, até se
uma moeda cai no chão. As filhas do vizinho correm pelo corredor, derrubam
coisas e até quando estão brigando a gente ouve as conversas. Vira e mexe a
gente grita reclamando”, disse ela que mora no condomínio Eliza Miranda, no
Distrito Industrial, Zona Sul de Manaus.
O
problema por que passa Christiane e milhares de pessoas que vivem em
condomíniosbrasileiros está com os dias contados. A partir de hoje as chamadas
“normas de desempenho” de qualidade (ABNT NBR 15575) para o setor da construção
civil, que consiste na utilização de materiais mais resistentes e com maior
proteção acústica para evitar os recorrentes incômodos aos vizinhos. No
entanto, isso poderá aumentar o custo da construção e o valor final dos
imóveis. “Vai sair mais caro porque as normas serão obrigadas a encarecer, mas
nada significativo”, disse o presidente do Sindicato das Indústrias da
Construção Civil no Amazonas (Sinduscon-AM), Eduardo Lopes.
De
acordo com as normas, os sistemas que compõem os edifícios, como as instalações
hidrossanitárias, as estruturas, os pisos, fachadas, coberturas e outros, terão
que atender obrigatoriamente a um nível de desempenho mínimo ao longo de uma
vida útil do imóvel.
O
incômodo dos moradores de edifícios, a deficiência nas obras e as reclamações
de usuários fizeram com que houvesse necessidade de regularizar essas normas
“Desde fechaduras de portas, esquadrias de alumínio, perfil de vidros de
determinada espessura, altura mínima do piso. Tudo isso vai constar nas
normais, que vai melhorar principalmente a acústica nas novas residências. As
normas vieram para que as empresas obedeçam, coloquem produtos com melhor
qualidade e durabilidade”, informou Lopes.
A
regulamentação pautada pelo governo federal e pelas próprias academias de
engenharia do país vem sendo protelada desde 2010. Tanto é que a Câmara
Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) lançou um guia orientativo para as
empresas do setor, que já está sendo comercializado pelo Sinduscon-AM.
Mercado
A
Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat)
informou que, em junho, a indústria apresentou queda de 3,4% com relação a
maio. Já ante os últimos doze meses, houve aumento de 2,3%.
No
acumulado do ano, em relação ao mesmo período de 2012 as vendas aumentaram
3,7%. Para o presidente da entidade, Walter Cover, o resultado está 0,8% abaixo
do projetado.
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